Criação do Dia do Católico provoca debate sobre tolerância religiosa na Câmara de Macaé

Uma data semelhante para as religiões de matriz africana também deve ser definida


O Projeto de Lei (PL) 137/2019, de Márcio Bittencourt (MDB - foto), foi aprovado por unanimidade nesta terça-feira (18), na Câmara de Macaé, criando a data de 30 de setembro como o Dia do Católico, a ser fixado no calendário oficial do município.

Bittencourt recordou que a Casa já aprovou por unanimidade o estabelecimento do Dia do Evangélico, PL apresentado por Val Barbeiro (PHS). Val, por sua vez, apoiou o projeto. "Não me oponho. Respeito os católicos como um marco da propagação do bem em Macaé".

Márcio Barcelos (MDB) lembrou que o estado é laico. "A posição ecumênica é a ideal para um político", questionou. Na opinião de Barcelos, a afirmação de identidade religiosa é constante fonte de intolerância religiosa.

Diálogo interreligioso

Marcel Silvano (PT) disse que a oficialização de uma data não o faz "nem mais nem menos um homem de fé". Segundo ele, está ocorrendo no Brasil uma perigosa "mistura dos rumos da política com os da religião". Ele afirma que já existem datas católicas como a quaresma, o Natal e a Páscoa. "Temos, inclusive, a Campanha da Fraternidade, com ações que vão além da igreja".

O parlamentar enfatizou ainda a necessidade não apenas da tolerância religiosa, mas também do diálogo interreligioso. E lembrou o PL de Luiz Fernando (PTC), definindo uma data semelhante para as religiões de matriz africana. O projeto teve hoje sua primeira discussão e deve ser votado em breve.

*Fonte: Câmara Municipal de Macaé

Categorias: Política

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